Possessividade Inconsciente

A vida tem se tornado tão capitalista e os sentimentos de posses tão comuns, que toda a natureza se difunde ao mercado e a esses sentimentos, e a gente começa a se perder em tudo isso.
Não queremos tão somente olhar para o céu e ver os pássaros voando livremente, porque é mais fácil prendê-los a uma gaiola para sempre tê-los ali ao nosso dispor.
Não queremos amar o outro e deixar ele se ir para outro lugar longe, para tentar sua felicidade lá, porque é tão mais fácil tê-los ao nosso lado para achar que somos felizes porque o possuímos.

Deixamos de depositar a felicidade em nós, procurando compreender a sabedoria da vida, se auto valorizando por ser essa fantástica máquina que Deus criou, e também pelo que somos e sentimos, pelo que temos de melhor a oferecer, e então atribuímos ela a todas as coisas que sempre nos foge do controle. Já dizia o sábio em Eclesiastes:
-Eu tenho visto tudo o que se faz neste mundo e digo: tudo é ilusão. É tudo como correr atrás do vento. Ninguém pode endireitar o que é torto, nem fazer contas quando faltam os números.

Então eu me pergunto: Até que ponto a felicidade é tão somente a abundância de dinheiro e essa necessidade desesperada de posse? E como explica aquela avó, tão simples, tão humilde, bondosa, que tem sempre um sorriso largo no rosto, um abraço acolhedor, que cuida e que ama com todo o amor que tem? Essa forma de viver e ver a vida me dá força, vontade de viver, vencer e me tornar tão sábio quanto uma pessoa dessa que nunca foi a escola, que não recebeu nenhum diploma.

E concluo que é tudo ilusão mesmo, é melhor agente procurar viver hoje, ser feliz agora. Deixar livre as coisas e as pessoas, e amá-las tão somente pelo que são, e ser feliz, não na expectativa de uma retribuição, mas pelo grandioso fato de sentir o amor fluir sobre nosso próprio corpo. Pois essa consciência, nos deixa mais próximo de uma paz de espírito diária. E mais próximo da felicidade.


Escrito em: 21/08/10